quinta-feira, 30 de agosto de 2012


Profissionais da saúde são capacitados no combate ao fumo

Hoje é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Sesapi faz treinamento
Criado em 1986 pela Lei Federal nº. 7.488, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população brasileira para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. No Piauí, a data está sendo lembrada nesta quarta e quinta-feira (30) com um treinamento de abordagem intensiva e tratamento do tabagismo, no auditório do HEMOPI.
Profissionais entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos de todo o Piauí participam de várias atividades que serão desenvolvidas por técnicos e especialistas através de palestras, aulas dinâmicas e elaborações de tarefas específicas de combate ao fumo.
A campanha deste ano, organizada no estado pela Coordenação de Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso e a Supervisão Estadual do Programa de Controle do Tabagismo trás o tema: “Fumar: faz mal para você, faz mal para o planeta”.
“Este treinamento é uma forma de comemorar esta data mostrando aos nossos servidores da Sesapi e do Piauí que a cada dia é preciso se reciclar a ponto de receber novos aprendizados na técnica de abordagem aos dependentes do tabaco”, destaca Célia Oliveira, supervisora.

Diversos temas serão abordados durante a capacitação, como a importância de perceber o tabagismo como dependência, além das estratégias para um ambiente livre de fumo, as bases de abordagem do tratamento do fumante, o apoio medicamentoso, dentre outros.
“O fumo é tido hoje como um grave problema de saúde pública, por isso a Sesapi faz esse elo com os municípios a fim de oferecer após estes treinamentos um serviço satisfatório a nossa população”, frisou Danilo Aragão, coordenador estadual de Atenção a Saúde do Adulto e do Idoso.
“Sempre realizamos atividades na área de dependentes do cigarro e agora já estamos no quarto grupo, cada grupo possui uma média de 15 pessoas que passam por um tratamento de 10 semanas e deste total, apenas duas ou três pessoas desistem do tratamento. Isso nos estimula e mostra a eficiência desta parceria”, explica a assistente social Sime Fontenele, assistência social da cidade de Piracuruca. Lá, as atividades são desenvolvidas no Centro de Apoio Psicossocial.
Números - O Brasil vem sofrendo gradativamente queda do número de fumantes, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL). A redução chegou a 14,8% em 2011. Com relação as capitais, as que mais fuma são são Porto Alegre (23%), Curitiba (20%) e São Paulo (19%). Teresina aparece com 15%.

sábado, 11 de agosto de 2012


Maracujá - O segredo está na casca

E ela vai para o lixo. Que desperdício, já que poderia virar uma farinha ótima para os diabéticos, cheia de pectina, fibra poderosa contra os picos de glicose

por Thais Szegö | design Eder Redder |foto Dercilio Vanzelli

Solange Miranda Junqueira Guertzenstein, do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, baseou sua tese de mestrado sobre glicemia na pesquisa. "Depois de consumida, a pectina se transforma em um gel que não é absorvido no processo da digestão", explica. "Assim, durante seu trajeto entre a boca e o intestino, ela carrega consigo não apenas a glicose, mas também o colesterol dos alimentos, até eliminá-los no bolo fecal." Ou seja, o produto do maracujá beneficia também quem apresenta altas taxas dessa gordura arriscada para as artérias. Segundo Solange, a farinha conta com 20% de pectina, o que também favorece a perda de peso. "Essa espécie de gelatina faz volume dentro do estômago e dá saciedade", garante.
Ainda não existem estudos sobre eventuais respostas adversas da farinha de maracujá nos seres humanos, mas os especialistas não acreditam em contra- indicações. Mesmo assim, convém prestar atenção nas reações do organismo. "O consumo excessivo de fibras pode causar diarréia e, por tabela, perda de nutrientes", alerta Glaucia Pastore, presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos. É bom saber que o consumo diário máximo de fibras em geral é de 30 gramas, segundo recomendação da Food and Agriculture Organization (FAO), órgão das Nações Unidas para a alimentação. Para se ter uma idéia, uma colher de sopa da farinha contabiliza 3,5 gramas, ou seja, fica longe desse limite.
E importante: agora que a farinha começa a ganhar notoriedade, surgem ofertas de produtos fantásticos, veiculadas principalmente pela internet. Seriam confiáveis? "Por enquanto não conheço nenhum que tenha sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária", responde Solange Miranda Junqueira Guertzenstein. O aval da Anvisa é obrigatório para quem deseja um consumo seguro. O químico Sabaa Srur ressalta ainda que esses produtos industrializados são feitos muitas vezes com a parte amarela da casca do maracujá, bem mais pobre em pectina. Melhor, portanto, fazer a receita em casa. O único inconveniente é que ela rende muito pouco. "Apenas cerca de 7% da casca vira farinha", revela Sabaa. Então, em caso de diabete na família, você vai precisar de ânimo para muitas fornadas mas nunca, em hipótese nenhuma, abandone o tratamento prescrito pelo médico.
ESSA TAL PECTINAEla é uma espécie de fibra solúvel que, junto com a celulose e a lignina, compõe a parede celular das plantas. "Está em todas as frutas, mas a maçã, a pêra, a laranja, o limão e o pêssego são especialmente ricos nela", revela a farmacêutica bioquímica Maria Helene Canteri Schemin, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O endocrinologista Fadlo Fraige Filho, presidente da Associação Nacional de Assistência ao Diabético, reconhece a ação da pectina no combate aos picos de insulina, mas ressalva: "Qualquer alimento rico em fibras pode produzir o mesmo efeito". A questão é que muitas das frutas cheias de pectina têm também muito açúcar. Está aí uma vantagem da farinha de maracujá.

QUANTO CONSUMIR?BOA PERGUNTA...
Ainda não há um consenso entre os especialistas em relação à quantidade de farinha de maracujá que deve ser ingerida por dia. Solange Miranda Junqueira Guertzenstein indica 1 colher de sopa meia hora antes do almoço e outra meia hora antes do jantar. "O pó pode ser dissolvido em um suco", exemplifica. Já o nutrólogo Edson Credidio, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia, sugere apenas1 colher de sopa do pó no café da manhã. Para que o sabor da farinha se mantenha neutro, é importante prepará-la de acordo com a receita. Caso contrário, o sabor característico do maracujá pode predominar e interferir no gosto dos outros alimentos. Sim, não é só no suco que a farinha vai bem. Você também pode salpicá-la na comida. Só não vale levá-la ao fogo, pois ainda não há estudos que garantam que essa exposição extra ao calor não altere suas propriedades e a textura dos alimentos.

Nenhuma outra fruta tem tanta pectina aproveitável na casca quanto o maracujá. Nas demais, a substância está concentrada na polpa, rica em açúcar e, por isso, arriscada para o diabético
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